ANVISA Libera uso Medicinal da Maconha no Brasil

A maconha – como qualquer droga de abuso – é prejudicial à saúde. Tem efeitos desorganizadores nos neurônios, pode induzir surtos psicóticos, seu uso a longo prazo provoca o que chamamos de “síndrome amotivacional da maconha”, a pessoa perde a vontade, a motivação de fazer coisas, altera-se muito sua vontade de progredir, de ter um projeto de vida.

Todos sabemos que muitos não concordam com essa afirmação. Porque não querem, porque estão satisfeitos com a diminuição de determinados sintomas que apresentam com seu uso constante, porque leem ou ouvem apenas o que lhes interessa, acabam se ajustando, sem perceber, às limitações provocadas pelo psicotrópico. Quem percebe, no final das contas, em casos de forte hábito, são os familiares.


Certo, está bem. A maconha é ruim. Como toda droga de abuso. Mas se é ruim, por que, então, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) liberou seu uso medicinal na terça-feira, dia 03/12/19? Não existe aí uma contradição?

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Não. Mas a explicação é complexa, demanda tempo para que se a compreenda. O que acontece, resumindo o resumo, fazendo uma analogia com medicamentos, é que muitos remédios, quando tomados em altas doses, deixam de ser remédios e passam a ser venenos, a atentar contra a vida do cidadão. A morfina, por exemplo, é o mais potente analgésico que se conhece. Alivia dores de forte intensidade em pessoas que apresentam moléstias gravíssimas. Que maravilha para a humanidade que exista a morfina! Quando bem indicado seu uso, e quando monitorado por médicos, ela é uma ferramenta extremamente valiosa no tratamento sintomático de doenças que são um verdadeiro flagelo da humanidade, como o câncer por exemplo. Ela não “cura” mas minimiza muito os sintomas dolorosos da doença, sintomas esses que provocam grande sofrimento. Só que ela tem efeitos psicotrópicos também muito intensos, que fazem com que seja usada como droga de abuso. E é altamente viciante e apresenta índices de tolerância que aumentam de forma extremamente rápida, quer dizer, rapidamente é preciso que se aumente a dose para que ela faça o mesmo efeito que fez quando foi usada na primeira vez. Isso faz com que seja uma droga perigosíssima, passa de remédio a veneno, rapidamente. Esse foi apenas um exemplo para ilustrar o que foi dito. As drogas são diferentes, toda droga de abuso tem suas peculiaridades.

Voltando à maconha, é bom registrar que, além de tudo, existe um lobby fortíssimo de diversos setores da sociedade no sentido de liberar seu uso e plantio; compreensível, não é? Interesses econômicos gigantescos por trás desse lobby que faz com que as informações sobre ela sejam distorcidas e minimizados seus efeitos deletérios.

Para finalizar, por enquanto, o que se tem de concreto é que a ANVISA liberou a venda de remédios com determinados canabinóides que compõem a maconha. E não liberou seu plantio que continua sendo crime no Brasil. Vamos acompanhando o desenrolar desse assunto que está apenas começando.